domingo, 23 de fevereiro de 2014

[O corpo da poesia chega-me tão perto]

«Dizer do corpo o corpo da poesia»
Maria Teresa Horta

O corpo da poesia chega-me tão perto
que o confundo com o corpo que tenho
desde criança
Cresce o meu corpo sempre que o corpo
da poesia me toca leve
Sou uma vastidão desde o seu corpo
tão quente a passar sobre a pele
como uma febre
Eu trato-a desde a infância sem susto
com água com algas
que pouso pelo meu sexo
para que esse outro corpo as beba

Logo se prende a mim esse corpo da poesia 
e sorve-me um suco torrencial que antes não tinha
Ouço-o  rente ao púbis dizer-me que lhe pertenço
corpo e alma.





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