«Dizer do corpo o corpo da poesia»
Maria Teresa Horta
O corpo da poesia chega-me tão perto
que o confundo com o corpo que tenho
desde criança
Cresce o meu corpo sempre que o corpo
da poesia me toca leve
Sou uma vastidão desde o seu corpo
Sou uma vastidão desde o seu corpo
tão quente a passar sobre a pele
como uma febre
como uma febre
Eu trato-a desde a infância sem susto
com água com algas
que pouso pelo meu sexo
para que esse outro corpo as beba
com água com algas
que pouso pelo meu sexo
para que esse outro corpo as beba
Logo se prende a mim esse corpo da poesia
e sorve-me um suco torrencial que antes não tinha
Ouço-o rente ao púbis dizer-me que lhe pertenço
corpo e alma.
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