sábado, 9 de março de 2013

Poema que se lê de baixo para cima


e serei terrena e escrita por mais uns tempos.
descerei discreta às ruas da cidade
só quando estiver bem pesada e saciada
Vou subir mais e mais e
e pretendo guardar as melhores nos bolsos
para os céus temendo perdê-las na terra
palavras de poetas mortos que as lançaram
suspensas e aladas como cavalos doutro tempo
passar por outras palavras aterradoras
Hoje quero escrever para cima
quando não mostra a sua plumagem.
também engrandece o seu canto
um pássaro escondido
como poeta obscura e alienada -
Quero escrever para cima
do cimo dessa árvore alta imaginada).
com toda a força a quem passa
(palavra lançada como pedra
ou uma palavrada
com um assobio agudo
quando eles passassem
surpreendesse os amigos
entre as suas ramadas
e me escondesse
uma árvore
como se estivesse a subir
para cima
Hoje quero escrever

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